domingo, 6 de janeiro de 2008

A Dor pela Dor!

A Dor pela Dor!

Talvez fosse interessante refletirmos sobre isso!

Não só quando sentimos a dor, mas muito mais ainda quando presenciamos que uma outra pessoa está “dizendo” que está sentindo uma dor.
Quando por exemplo, uma pessoa estando doente e ao ser consultada por um médico, lhe informa que está com muita dor em determinada parte do corpo, a qual não pode nem ser tocada. Sendo que, após saber disso o médico vai justamente tocar naquele local onde foi-lhe dito haver muita dor. E, mesmo que ao tocar a pessoa solte um “berro”, muitas vezes o próprio médico diz:
- Não é nada... já vou parar.
Ora, por incrível que pareça temos, inconscientemente, a certeza de que a pessoa não está a sentir a dor que declara haver. É por isso que,na grande maioria das vezes machucamos, maltratamos, fazemos mal a alguém, sem saber que assim estamos agindo. Pior, achamos que estamos é ajudando aquela pessoa a sair de uma dificuldade ou deixar de continuar sentindo alguma dor. Pior ainda, é não querermos enxergar que aquela dita pessoa passa a ter algum rancor de nós, porque para ela, não estamos sendo nada bom; estamos lhe maltratando.
Muito embora, seja sabido que o médico, ou quem quer que seja, tem a necessidade de acabar com a dor de alguém, é primordial que antes de tudo, inevitavelmente, primeiro acabemos realmente com o que está afligindo aquela pessoa, para depois sim, procurarmos o que foi a causa e procurarmos conscientizar os que haviam problemas a não mais tornar a vir a “enveredar” por caminhos que de novo poderá vir a ser talvez um novo pesadelo.
É preciso ainda, termos consciência de que muitas vezes também nos deparamos com situações em que alguém está tão “impotente” para resolver seus problemas que espera justamente que outro tome alguma iniciativa no sentido de poder ajudar-lhe a sair de determinada crise. Sem esquecer também que, noutras vezes, ainda inconsciente, nos é mostrada determinada situação de tal forma que quem nos assim apresentou, está... repito “inconscientemente” nos impondo, cobrando, alguma atitude de nossa parte, mesmo porque, por incrível que pareça nos é passada a nítida impressão de que ela é uma coitadinha..., e nós é que devemos ajudar... e ainda, ai de nós se não ajudarmos. Passaremos a ser vistos, por esses necessitados, como pessoas más.
Outro exemplo, bem mais claro, é quando um necessitado/doente passa a ter uma pequena ajuda de nossa parte, que em princípio pode ser uma visita para simplesmente dar-lhe um medicamento; depois passa nos cobrar para ficar um pouco mais; em seguida para passarmos mais outra vez, que antes não estava prevista, e por aí vai progredindo até chegar ao ponto de que começaremos a termos que dedicar obrigatoriamente parte do nosso tempo. Teremos que estarmos vigilantes para que não nos “escravizemos” pelos necessitados. Poderemos sim, evidentemente, ajudar sim, não só financeiramente, mas uma ajuda física mesmo, humanitária, solidária, comunitária. Acredito que, assim estaremos realmente ajudando e ao mesmo tempo nos ajudando, e ainda, tentar deixar transparecer para os outros que eles devem também ter consciência de prestarem também sua parcela de ajuda humana.

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